quarta-feira, 11 de novembro de 2009

The big party theory


De altíssima velocidade a internet daqui, alucinante. Mas compartilhada entre todos os moradores. Logo, uma carroça medieval. A possibilidade teórica, só teórica, de filmes inteiros em alguns segundos, programas pesadíssimos baixados como quem abre uma pasta, instantâneos. Pois nada disso é possível quando todos estão nos quartos debruçados ao mesmo tempo em seus PCs. E aqui é sempre assim.

Então a música alta começa. Pois eu fui. Caí lá pelo subsolo para ver esse negócio de festa, essa curiosa turba, essas pessoas que chegam e começam a dançar inexplicavelmente, manobrando sem objetivo, sem jeito de ter que te cumprimentar e lembrar do seu nome, só por educação.

Gente irrompendo de trás das portas, por baixo das escadas, montadas nos elevadores. O alojamento inteiro e gente de outros cantos também para ouvir e sentir a festa, no salão lotado. A FESTA. As melhores roupas, aquelas guardadas para o evento, os mais queridos sapatos, os olhares largos e decididos, girando na superfície ou mergulhando no fundo das pessoas, sempre convencionais.

- E você, o que anda aprontando? - Já bebeu absinto? - Mora aonde mesmo? - Já foi no Arteplex? - E o flamengo, heim? - Ah, tá. Já bebeu absinto?

Estavam todos lá, os de cima, os de baixo, os insones, os que não paravam nunca, os desconhecidos, eu também, infelizmente. Tendo que ouvir funk em volume extremo, tendo que sorrir ainda por cima. De repente arregalei os olhos, de ter tido uma idéia óbvia. Pus em prática na mesma hora.

Mas quanta alegria a de voltar ao mundo, correr no silêncio dos corredores. Fugir muito antes do fim para executar no meu quarto downloads na velocidade da luz, um cometa no espaço. 700 Mega em 30 segundos! Todos os fluxos desaguando aqui nesta máquina, ela agradece. Foi feita para ocasiões assim, de gala.