Ela seguiu pelo corredor do andar de cima e adentrou o quarto, que ele mantinha sempre caótico, acumulado de manuscritos e rascunhos de livros nunca publicados, CDs de Jazz furtados, livros do Bukowski na cama e lençóis revoltosos. Pôs as mãos na cintura e fez uma pose fútil, balançando os quadris enquanto perguntava:
– Por que você não foi sábado no Noites Dançantes e quando eu te liguei parecia um velho reclamão que não gosta de nada e fala mal de tudo? O que você fez sábado? Você já foi no Noites Dançantes?
E ele, dedo indicador ao alto e as coxas sustentando uma xícara de café, respondeu, com um sorriso de velho numa fisionomia de 19 anos:
– Sábado eu fiz um poema imortal, ô garota. Você já fez um poema imortal?
Então se virou para a janela e continuou a olhar a chuva fina do final da tarde.
– Por que você não foi sábado no Noites Dançantes e quando eu te liguei parecia um velho reclamão que não gosta de nada e fala mal de tudo? O que você fez sábado? Você já foi no Noites Dançantes?
E ele, dedo indicador ao alto e as coxas sustentando uma xícara de café, respondeu, com um sorriso de velho numa fisionomia de 19 anos:
– Sábado eu fiz um poema imortal, ô garota. Você já fez um poema imortal?
Então se virou para a janela e continuou a olhar a chuva fina do final da tarde.