domingo, 14 de setembro de 2008

O universo cabia naquele quarto


Ela seguiu pelo corredor do andar de cima e adentrou o quarto, que ele mantinha sempre caótico, acumulado de manuscritos e rascunhos de livros nunca publicados, CDs de Jazz furtados, livros do Bukowski na cama e lençóis revoltosos. Pôs as mãos na cintura e fez uma pose fútil, balançando os quadris enquanto perguntava:

– Por que você não foi sábado no Noites Dançantes e quando eu te liguei parecia um velho reclamão que não gosta de nada e fala mal de tudo? O que você fez sábado? Você já foi no Noites Dançantes?

E ele, dedo indicador ao alto e as coxas sustentando uma xícara de café, respondeu, com um sorriso de velho numa fisionomia de 19 anos:

– Sábado eu fiz um poema imortal, ô garota. Você já fez um poema imortal?

Então se virou para a janela e continuou a olhar a chuva fina do final da tarde.


8 comentários:

juliana moura disse...

queria poder fazer poemas imortais para preencher meus sem número de sábados sem o noites dançantes.

Marcos Aquino disse...

uma luneta potente também quebra o galho. ;)

Rackel disse...

Por acaso o poema escrito é esse do post aqui em baixo?
=)
(hehehe)

Marcos Aquino disse...

hahhaha. esse foi feito num domingo.

Flávia Feijó disse...

Retribuindo a visita ao Divã à Trois...
Adorei o Blog!!
beijos!

Jaqueline Ribeiro disse...

Zé bundinha...

:***

Rackel disse...

=)

Natália Espinosa disse...

nossa, ri muito com esse post. gostei bastante do seu blog.